As reuniões da Comissão de Segurança Pública da Assembleia tem sido boicotadas sucessivamente pelos deputados governistas Cabo Júlio (PMDB), Celise Laviola (PMDB) e Professor Neivaldo (PT). Por serem maioria, os deputados João Leite (PSDB) e Sargento Rodrigues (PDT) não tem conseguido aprovar os requerimentos originários de problemas da população que chegam à comissão. Na reunião do dia 20 de outubro o trio rejeitou 18 requerimentos, entre eles solicitações dos bairros Alípio de Melo, São Gabriel e das cidades Manga, Itamarandiba, Jacutinga e Teófilo Otoni.
Concursados cobram nomeação
Na reunião também participaram representantes dos aprovados no último concurso da Polícia Civil. Protestando com faixas e cartazes, eles pediram a nomeação imediata de todos. Hugo Leonardo Duarte, líder o Movimento SOS Polícia Civil, que luta pela causa dos aprovados, criticou a postura do Governo do Estado em relação às nomeações.
Sobre o concurso, os deputados Sargento Rodrigues (PDT) e João Leite (PSDB), endossaram as críticas e lamentaram a ausência de representantes do Governo do Estado na audiência que a comissão realizou sobre o tema. Cobrando um cronograma das nomeações e posses, eles questionaram a falta de notícias sobre o assunto por parte do governo.
Eles também questionaram a ausência de um membro da Polícia Militar na audiência realizada no bairro São Gabriel na última segunda-feira (19). Segundo os deputados, em suposta retaliação à comissão, o comandante da corporação, coronel Marco Antônio Badaró Bianchinni, teria proibido a presença de um tenente convidado para a reunião. Os deputados também voltaram a criticar os cortes de verba para custeio da segurança pública.
Manifestantes denunciam ameaças
Ao final da reunião, houve denúncias de Marcela Valente, Márcia Pelusa Castro e Cipriano Antônio de Oliveira, que integram o grupo Patriotas, de que estariam sendo vítimas de ameaças e retaliações. Segundo eles, ao participar de um protesto contra o governo, nas imediações do Palácio das Mangabeiras, teriam sido abordados por um suposto “grupo terrorista contratado”, que teria feito ameaças apontando sinalizadores acesos e gasolina. Após o ocorrido, eles teriam ficado retidos mais de quatro horas numa companhia da PM devido a uma suposta intervenção do governador Fernando Pimentel. Marcela Valente afirmou que está com medo até de sair de casa.
Os deputados João Leite (PSDB) e Sargento Rodrigues manifestaram apoio às manifestações do grupo.”É bonita essa manifestação democrática. Vocês não devem ficar incomodados”, ressaltou o deputado João Leite. Alertando que a denúncia mostra uma grave violação da democracia, o presidente da comissão solicitou os documentos, boletins de ocorrência e fotos do grupo, garantindo que serão tomadas providências. Segundo ele, as provas vão ser encaminhadas à Polícia Federal e ao Ministério Público.